segunda-feira, 8 de junho de 2009

Jornalistas buscam fama e perdem a ética profissional no filme de Billy Ray

Por Suellen Boconcelo

O filme “O preço de uma verdade” do diretor Billy Ray, em meados dos anos 90, conta a história verídica do fraudulento jornalista Stephen Glass, de vinte e poucos anos, que rapidamente evoluiu para um redator sem importância de Washington, a um redator da “The New Republic”, uma das mais respeitadas e conceituadas revistas de atualidades e política da época.

Foi seu aparente profissionalismo e seu senso criativo em quase todos os textos, que fizeram Glass ser respeitado. Mas foi a reportagem “O Paraíso dos Hackers” que deu o fim na farsa do jornalista, quando o repórter Adam Penenberg, da Forbes Digital, revoltado com a cobrança de seu editor por não cobrir tal matéria, resolve investigar a história por conta própria.

Glass foi desmascarado. Resultando em uma investigação de todos os seus trabalhos feitos para revista, cerca de 41 histórias públicas, 27 foram inventadas pelo repórter.

O encanto que a profissão aparenta oferecer aos profissionais, principalmente aos recém-formados, provoca a vontade incessante de subir na vida e ter sucesso na carreira. O filme levanta várias questões éticas e de responsabilidade que os profissionais precisam ter e muitas vezes não acontece, como é o caso do ex-jornalista do “USA Today”, Jack Kelley que forjou pelo menos oito grandes reportagens publicadas pelo jornal norte-americano. Outra irresponsabilidade jornalística ocorreu com a rádio norte-americana Columbia Broadcasting System (CBS), que simulou uma invasão de marcianos nos Estados Unidos durante a transmissão de um programa ao vivo.

Fatos irresponsáveis como esse, ocorrem até os dias e também já ocorreram no Brasil. No dia 1º de abril, anos 50, o locutor esportivo Geraldo José de Almeida, da Rádio Record, irradia um jogo inteiro do time do São Paulo, que estava excursionando pela Europa. No final da partida um resultado que chocou os torcedores: o São Paulo havia perdido por 7 X 0. No dia seguinte a Rádio Record anuncia que tudo não passou de uma farsa. O jogo nem tinha acontecido. A brincadeira foi pelo dia da mentira.

Além da ética os profissionais precisam saber qual é o papel dele perante a sociedade, ter certeza dos fatos e da seguridade das fontes. A capacidade do jornalista está com a verdade e com a informação, só assim poderá publicar matérias que agradaram os leitores e que o tornará um profissional de sucesso.

O Caso dos Dez Negrinhos

Por Suellen Boconcelo

Particularmente esse livro é um dos meus favoritos, pois as vítimas não contam com a presença do detetive Hercule Poirot ou da anciã Jane Marple, que estão presentes em quase todos os livros da autora.

O Caso dos Dez Negrinhos conta a história de dez pessoas de diferentes classes sociais, convidadas pelo Sr. e Sra. U. N. Owen para passas as férias ou trabalhar na Ilha do Negro. Na primeira noite, após o jantar, elas ouvem uma voz desafiadora, acusando cada uma delas por crimes cometidos no passado. Todos entram em pânico e mortes inexplicáveis se sucedem baseadas no conto infantil de ninar " Dez Negrinhos" que está escrito nas paredes de todos os quartos. A cada morte dos convidados, desaparece um dos negrinhos de porcelana que enfeitam a mesa de jantar. As vítimas devem desvendar quem é o assassino, será alguém entre as dez pessoas? É bom se apressarem, antes que chegue a hora da morte.

O livro promete muito suspense e angústia até acharem uma garrafa com uma carta do assassino contando tudo à polícia. O Caso dos Dez Negrinhos, lançado em 1943, é uma das obras-primas de Agatha Christie que desenrola o mistério fazendo desse livro o melhor de sua carreira. A obra foi adaptada para o cinema pelo diretor René Clair, em 1945, com o título "O vingador invisível".

Boa leitura!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Secretário de audiovisual afirma que Brasil ganhará 1,2 mil salas de cinema até o fim do governo Lula

Por Thiago Rosa

O mercado audiovisual atravessa um momento diferenciado na história brasileira. Nos últimos oito anos, o país obteve seis indicações ao Oscar. O Brasil produz, atualmente, mais de 80 filmes por ano. Programas de incentivo ao setor, como a Lei Rouanet e os editais de fomento do governo, representaram mais de R$ 150 mi em 2008. À frente da Secretaria de Audiovisual, órgão vinculado ao Ministério da Cultura (MinC), o cineasta Sílvio Da-Rin, representa, há dois anos, as expectativas de desenvolvimento e ampliação do setor no circuito nacional e internacional.

Nomeado Secretário do Audiovisual em dez de janeiro de 2007, Sílvio Da-Rin é responsável pela implementação de políticas e diretrizes à produção e distribuição das obras do setor. Formado em cinema pela Universidade de São Paulo (USP), o profissional, ex-vice-presidente da Associação Brasileira de Cineastas (Abraci) acumula extenso trabalho dedicado à sétima arte, exemplificados em participações de equipes de mais de 150 filmes.

Como diretor de curtas metragens e documentários, como Príncipe de Fogo e Igreja da Libertação, recebeu prêmios de grandes eventos do circuito cinematográfico, como os Festivais de Gramado Leipzig, na Alemanha. Na produção acadêmica, foi autor do livro “Espelho Partido- Tradição e Transformação do Documentário”, tese de mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro e hoje considerado uma das mais completas obras sobre a produção documental.
Do escritório de Audiovisual do MinC em Brasília (DF), Da-Rin fala sobre o atual momento do mercado cinematográfico nacional, os desafios à frente do órgão e o eterno embate entre o documentário e a produção jornalística no Brasil.


Como você avalia o atual momento do setor audiovisual brasileiro?

Sílvio Da-Rin - O setor audiovisual passa por um momento bastante produtivo, com crescimento significativo. Nós nunca tivemos tantos recursos no mercado. Existem mais de R$ 150 mi disponíveis, através de diversos projetos de incentivo à produção audiovisual, tanto em cinema quanto em televisão. Atualmente, a produção de longas metragens no Brasil se aproxima de 90 por ano, dos quais 30% se referem a documentários, o que é um número bastante positivo.


Mesmo com essa extensa produção, o cinema continua longe de grande parcela da população. O que falta ao Brasil para que o circuito de filmes e documentários alcance um percentual maior de espectadores no país?

Da-Rin - Falta tornar a distribuição dos recursos mais equânime entre os estados do país, realizando uma descentralização das verbas de incentivo. Hoje, apenas 3% das instituições, empresas concentram quase a totalidade dos recursos. Precisamos construir também um maior número de cinemas no país. No México, por exemplo, existem mais de quatro mil salas de exibição. Aqui no Brasil, com uma população muito maior, temos menos de duas mil. Mais de 92% dos municípios não tem cinema. Até o final de 2010 o governo, através do programa Cine Mais Cultura, criará mais de 1200 salas de exibição no país.


Como você analisa as diretrizes da Lei Rouanet - de incentivo à produção cultural - na produção audiovisual? O que ainda falta melhorar?

Da-Rin - As Prefeituras, os órgãos públicos devem se aproximar dos bancos de fomento, das produtoras e distribuidoras. Há cinqüenta anos o cinema brasileiro era concentrado apenas nas capitais de São Paulo e Rio de Janeiro. Hoje a realidade é diferente. Nos últimos anos, com o incremento do vídeo digital, que permite a produção em boa qualidade e em custo mais acessível, vemos o avanço de produções em estados como Bahia, Rio Grande do Sul.


No livro “Espelho Partido”, você ressalta que não há denominação correta para o termo documentário. Porém, parte da imprensa diz não haver diferenciação entre o segmento e as grandes reportagens de TV, o que é fielmente rechaçado pelos cineastas. Qual sua posição sobre o tema?

Da-Rin - É uma disputa eterna. Documentários trabalham com informação. Mas nós não precisamos assistir aos filmes tentando caracterizá-los em grades de formato. Enquanto houver bom cinema que force a ampliação da expressão no público, vão existir ensaios, teorias, o que é necessário e bom para o desenvolvimento do setor.